Chega de Bullying – Isso nunca foi brincadeira!!!

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Olá, meninas,
Assunto chato, problema incômodo e inadmissível na sociedade. Já tem um tempo que ando pensando nisso e queria escrever à respeito, só queria fazer isso com tempo. Infelizmente agora o texto conta com um elemento à mais, pois no último dia 17, o menino Roliver de Jesus dos Santos de 12 anos, se matou por não aguentar as sucessivas agressões de bullyng que era vítima na escola. Ele era chamado de gay, bicha e gordo, entre outras coisas.  O bullying é um problema antigo, embora esse nome é bem mais recente. Independentemente de como se chame, sempre será um ato covarde e abusivo, digno de pessoas sem coração e sem orientação.  O engraçado é que por mais que se fale, muitos pais preferem deixar o assunto de lado, e só se importam, quando são os seus filhos os atingidos. Enquanto acontece com os filhos dos outros, na família dos outros, se importar pra que, né? Quem se omite na educação de um filho, certamente pagará um preço bem alto num futuro próximo. Como seres humanos, temos um lado bom e um lado ruim. O lado bom precisa ser diariamente estimulado todos os dias. Quando somos crianças, precisamos de exemplos de pessoas mais velhas, precisamos ser orientados e disciplinados por eles. Mas parece que hoje, com tanta “modernidade” as crianças já nascem mandando nos pais. E sair por aí ofendendo os colegas da rua, da escola, é só mais uma maldade permitida e vista como normal. As crianças que crescem ofendendo os outros e sem limites, se tornam adultos problemáticos e com dificuldades de relacionamento. Por isso, os números da violência doméstica e no trânsito que aumentam todos os dias, são apenas um reflexo do que é vivenciado nos lares. 
Reconheço que criar um filho é tarefa difícil e bem trabalhosa, mas não adianta somente colocar no mundo, é preciso orientar! Fico imaginando se as mães das crianças que agrediram Roliver, estão conseguindo dormir em paz, sabendo que o pobre menino completamente sem proteção e sem condições psicológicas para se manter firme, acabou com a própria vida enforcando-se com o cinto da mãe. Foi um longo período de agressões e por fim, posto no meio de uma rodinha, onde todos o empurravam de um lado para o outro enquanto proferiam xingamentos. Tudo isso serviu como mola propulsora para que a cabecinha infantil se sentisse inadequado para o mundo e não merecedor de continuar vivo. Não vou entrar no mérito se o menino era (ou seria) gay, não importa! O que quero dizer que independentemente do que se seja: hetero, gay, branco, preto, algo, magro, as pessoas tem que ser respeitadas, precisam ser vistas como iguais e de forma nenhuma podem ser tão abandonadas e desmerecidas como esse menino foi por parte do corpo profissional desta escola pública. Por uma infeliz ironia do destino, os outros dois irmãos do menino também eram vítimas do mesmo problema, a irmã inclusive, teve o rosto cortado com uma faca por ser bonita. A mãe já havia entrado em contato solicitando a transferência de todos os filhos, mas não foi atendida. Quem tem um filho agressor e transgressor e não o disciplina, saiba que este seu filho, certamente vai ser um dos que vai lhe maltratar na sua velhice, e talvez cometa um delito até maior envolvendo a sua vida. Para que esse tipo de comportamento comece a acabar, temos que começar desde cedo, a deixar claro para as crianças a igualdade de todos os seres humanos. Não sou psicóloga, mas abaixo seguem algumas dicas que creio que podem ajudar (e muito), nessa tarefa de combater o bullying:
– Aumente a auto estima dos seus filhos:
Vivemos em uma sociedade que exalta a beleza e a juventude. E os padrões que são colocados como sendo os aceitáveis, muitas vezes são impossíveis. Isso faz com que surja um sentimento de inadequação muito grande na mente das crianças, que desde cedo, já se sentem incapazes de serem aceitos. Muitos pais contribuem diretamente com isso, fazendo xingamentos aos filhos, colocando apelidos e tudo mais. Isso faz com que na idade adulta, esses filhos carreguem uma sequela de dor sem tamanho. Vocês se lembram de como Michael Jackson jamais conseguiu superar o que passou com o pai? Por isso, mais do que idealizar um filho, ame seu filho! Mostre ao seu filho que você o ama exatamente do jeito que ele é, e o ajude no processo de auto aceitação. Quando se sentir incapaz de fazer isso sozinha, não hesite em procurar ajuda profissional especializada (psicólogos, terapeutas…), enfim, use todos os recursos para que seu filho se desenvolva psicologicamente e emocionalmente bem. Converse sempre com os profissionais de educação, e procure saber como ele se desenvolve na escola, mas com relação ao convívio e não somente as notas. A prática de atividades esportivas em grupo, desenvolve a capacidade de interação da criança com o mundo ao seu redor. Vale a pena investir nisso!
– Não apoie o bullyng praticado pelos seus filhos:
Se por acaso seus filhos estão praticando o bullying, não finja que nada está acontecendo. É preciso conversar com eles e fazê-los entender a gravidade do que estão fazendo. Não se mostre conivente de forma alguma, mas demonstre todo o seu desapontamento com relação à prática que está sendo feita. Converse com os profissionais da escola, e procure se inteirar de como tem sido o comportamento por lá. Puna seu filho para que ele saiba que está sendo penalizado por ter praticado algo extremamente grave. Nem preciso lembrar que não estou falando de agressão física, não é? Estou falando de retirar alguns benefícios da criança, como vídeo game, passeios, mesada, TV, enfim, a criança precisa entender que seu comportamento inadequado não será aceito em casa. Não se esqueça de que a conversa é sempre um ponto que nunca deve ser abandonado ou posto de lado, e a ajuda profissional, da mesma forma que foi citada acima, tem uma função super importante neste processo. Faça um acompanhamento constante para saber se a criança realmente está melhorando e entendendo o que está acontecendo, ou se está apenas fingindo, para ter seus benefícios de volta.
– Vale a pena ensinar a aceitar as diferenças:
Um indivíduo que sabe entender e aceitar as diferenças, sem dúvida é alguém que vai conseguir viver uma vida mais plena e mais feliz em sociedade. E isso tudo começa bem cedo, quando ele é ensinado que todas as pessoas, independentemente da sua raça, cor, tipo físico ou padrão sócio econômico, são iguais. Não deixe de mostrar aos seus filhos a necessidade de se ajudar ao próximo e de manter mais envolvido em causas sociais e humanitárias. Uma simples doação de roupas e brinquedos que não usa mais para crianças carentes, já é um passo valiosíssimo na construção de um adulto saudável emocionalmente. Fale sobre as limitações físicas de alguns, mostre as deficiências pelas quais algumas crianças passem e estimule seus filhos a interagir com essas crianças de forma respeitosa e amiga.
– Vamos começar agora, o que você está esperando?
 Antes que outra criança sofra, vamos começar agora mesmo a fazer alguma coisa. Não pense que suas ações refletem pouco, pois pequenas ações, quando empreendidas em conjunto, conseguem surtir um efeito gigantesco. Vamos começar a lutar contra o bullying, vamos fazer com que as coisas comecem a mudar à partir de agora. Passe a policiar suas atitudes e o modo como se refere às outras pessoas, mesmo que “de brincadeira”, porque as crianças costumam copiar o comportamento dos adultos. Vale lembrar que o conselho tutelar também pode ajudar nesses casos e deve ser acionado em qualquer tempo.Vamos investir num mundo melhor, com pessoas melhores que se amem e se aceitem, e que vivam em paz.
É isso…
Beijos
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