No dia 24 foi meu aniversário, completei 44 anos de vida. E por mais que existam várias mulheres que tem pavor de dizer suas idades, eu sinto um enorme prazer em dizer a minha. Me sinto feliz por reconhecer quem eu vejo no espelho e me sinto mais feliz ainda, por perceber que tenho progredido, melhorado e evoluído como ser humano. Ao olhar para mim hoje, me vejo até mais bonita do que há tempos atrás, e isso é porque já não me cobro tanto, não busco referenciais de beleza e nem procuro me enquadrar em padrões que a mídia insiste em ditar. E por mais que pareça simples, esse processo de desconstrução e fulga de padrões, essa auto estima mais elevada e minha vontade de dar certo comigo mesma, é tarefa diária, que precisa ser realizada com carinho, amor e empenho. Em vários momentos eu fico pensando comigo mesma várias questões, e tenho certeza de que isso tudo que vivemos não é em vão. Existe um quê e um porque para todas as coisas, e até o sofrimento nos liberta, pois consegue nos lapidar para sermos melhores. E as alegrias, como todo mundo bem sabe, enchem a nossa vida de cores. Mas em meio à isso tudo, me vejo aqui diante desse blog que faz parte da minha vida há seis anos, e que me ajudou muito em vários processos internos, pois me fez sair da minha zona de conforto e experimentar outras formas de ser eu mesma. E apesar do nome “Tempo Fashion”, isso aqui nunca foi um blog de moda, e eu nem quero que seja. É um espaço democrático onde eu falo das coisas que gosto, de diversos assuntos e onde eu posso mostrar um pouco de mim, assim como das coisas que tem acontecido à nossa volta.
Hoje os chamados blogueiros e influenciadores digitais ganharam muito espaço, e a informação circula com uma velocidade absurda e que por vezes me assusta, e as pessoas usam seus espaços digitais e influência, para os mais variados fins, mas ando vendo muita coisa vazia e sem sentido por aí. Talvez isso seja fruto da tal evolução que eu comecei falando lá em cima, dessa mudança de mentalidade que a vida foi me dando no decorrer do tempo, mas eu vejo tanta gente se prendendo ao fútil, ao inútil e ao desnecessário, que gostaria de convidá-los a dar um passo à frente e experimentarem coisas maiores e melhores. Sei que a moda é super importante na vida de todos nós, é a forma como escolhemos para nos vestir, e consequentemente sermos vistos pelo mundo. Diz muita coisa à nosso respeito. Sei também que a moda é a forma que encontramos de nos mantermos atuais, modernos e em atividade, mas vamos combinar que a moda pela moda (pelo menos pra mim) não faz o menor sentido. Muita gente se prende a necessidade de ter que ter algo para mostrar nas redes sociais, tem que ser roupa boa, tem que ser roupa de marca, sapato tem que ser do caro, a bolsa tem que ser a desejada por muitas. Repetir look? Jamais! Se já me viram como essa roupa, não tiro mais foto com ela! Impressões de uma vida perfeita e feliz, são dadas todos os dias nas redes sociais, e nesse quesito, o Instagram reina como a fonte inesgotável de gente feliz, bonita e realizada.
Nunca quis (e não vai ser agora que vou querer) ter um blog para ostentar nada e nem para induzo-los ao consumo exagerado e não consciente. Não uso isso aqui e nem minhas redes sociais, para me auto afirmar em nada e nem mostrar o quanto sou perfeita, e em tudo o que eu faço, eu deixo um pouco de mim, pois faço com coração e com muito amor, mas as vezes, parece que as pessoas realmente não se interessam. Outro dia eu postei no meu perfil no Facebook, um texto que dizia que as pessoas reclamam tanto do conteúdo que é veiculado na internet, mas na verdade acabem dando fama e tornando celebridades pessoas que nada tem a acrescentar de bom. Pessoas arrogantes, que tratam mal aos outros, gente vazia e que sempre que pode, dissemina ainda mais o preconceito contra toda e qualquer pessoa, que está fora do tal maldito padrão. Fala-se tanto em representatividade, em igualdade para todos, mas a esmagadora maioria que consegue se dar bem na internet, são pessoas que se encaixam dentro do velho (e mais uma vez maldito) padrão. Já pararam pra perceber que são sempre os mesmos tipos, os mesmos arquétipos, os mesmos personagens? Vejo e acompanho tanta gente boa, que deveria ser conhecida do grande público, mas que passa despercebida. E eu não perco a oportunidade de dizer à essas pessoas o quanto são boas e como gosto daquilo que produzem. As vezes faz falta uma mão amiga, alguém que te diga que tem valido a pena, e eu tento fazer a minha parte cativando, embora na maioria das vezes, sempre falta quem me cative.
Não pensem que estou escrevendo triste e ressentida, pois esse não é o caso. O que existe nesse momento, é um choque de realidade, onde a gente percebe que por mais que se faça, as pessoas sempre vão valorizar o que é superficial e vazio. Acho que é porque de certa forma, temem a verdade. Mas eu quero (e vou!) continuar com isso aqui, pois dentre as coisas que acredito, estão a minha capacidade de me reinventar e renascer em todos os momentos, criando para mim mesma novas possibilidades. Consegui me livrar do incômodo de ter que me prender à número de acessos, curtidas, compartilhamentos, comentários, me livrei disso tudo e fiquei bem mais feliz. Hoje estou em paz porque sei que o que faço tem a minha cara, a minha identidade, e a minha realidade hoje, é fazer de tudo para me fazer feliz. E a gente só consegue ser feliz quando está livre. Livre das pressões que nos impostam e que a gente volta e meia se imposta também, livre da necessidade de ter que provar alguma coisa à alguém, e principalmente livre do medo que muitas vezes, nos faz fracassar antes mesmo de tentar.
Nesse novo ciclo, vou continuar com meus planos de ser cada dia mais verdadeira comigo mesma e abraçar cada vez mais, as coisas nas quais sempre acreditei. Não sou contra quem só posta looks ou fala do que comprou, do que recebeu de uma parceria, mas eu preciso de muito mais do que isso para me sentir inteira e completa. E já que eu tenho a oportunidade de escrever, de falar e de me fazer entender, vou usar isso para deixar minha marca impressa, e até porque funciona como uma terapia para mim. Muito mais do que ser admirada pela beleza, por uma roupa bonita ou por um estilo que pareça legal, eu gosto de fazer as pessoas pensarem, gosto de levá-las ao questionamento, pois desse jeito, eu também penso cada vez mais, e acabo me questionando também. Gosto de ver gente, ver a vida, conhecer lugares e vivenciar momentos, e felizmente percebi à tempo, que não adianta nada ter uma vida de sucesso na internet, se na vida real não se consegue ser feliz. Isso daqui é apenas uma parte de quem somos, uma ínfima parte de tudo o que somos e do que podemos ser, por isso, não se prendam, não se limitem e não se apeguem à nada que não consiga no mínimo, os levar ao seu limite.
E sejam felizes!
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