Morre Roberto Gómez Bolaños, criador de Chaves e Chapolin

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Infelizmente, chegou o dia que todos nós queríamos que nunca chegasse: Chespirito se foi. Nosso querido Roberto Bolaños foi embora no dia de ontem, aos 85 anos de idade, mas nos deixou muito mais do que apenas lembranças, nos deixou a certeza, de que podemos ser eternamente crianças. E por falar em criança, a Turma do Chaves e o Chapolin Colorado, fizeram parte da minha infância de uma forma muito significativa. A TV ligada no SBT, sempre nos trazia episódios que sabíamos de cor, mas ainda assim, ríamos do mesmo jeito. Se formos analisar, o seriado é super bobinho e leve, sendo assim, pode ser assistido sem o menor constrangimento, pela família inteira, em qualquer horário do dia ou da noite. E por ser tão simples em sua essência, carrega uma pureza que faz muita falta nos dias de hoje, porque infelizmente, pouca gente sabe fazer rir de forma tão autêntica.

Cada personagem da Vila, faz parte das nossas vidas de uma forma totalmente especial, assim como o Chapolin, que é o super herói mais atrapalhado que eu já vi, e o Dr. Chapatin, que sem sombra de dúvida, é o médico mais sem escrúpulos, do qual já tivemos conhecimento. Não tem como não se sentir identificado com as histórias contadas em cada episódio, porque tudo faz rir de forma genuína e autêntica.  E apesar de sabermos que Roberto há tempos, lutava para se manter vivo, já bem debilitado pela doença, no íntimo esperávamos que ele ficasse mais alguns anos por aqui. A gente sempre tema  expectativa de que quem a gente ama vai viver pra sempre, e quando uma perda dessas acontece, certamente um pedacinho da gente vai embora, deixando uma lágrima capaz de embargar um sorriso.

Sim, ele foi embora, foi descansar, depois de tanto trabalho e tantas lutas vividas. Mas seu legado fica conosco, dentro de cada um de nós. Jamais iremos esquecer dos seus personagens, e da forma delicadamente lúdica, com que ele soube contar suas histórias e nos fazer refletir à respeito de como a vida pode ser simples, e ao mesmo tempo, muito feliz. Na vila, apesar de todos os desentendimentos e brigas, todos se gostavam e se davam uma chance, quando uma demonstração de amizade era necessária. Sempre houve em cada episódio, lições de vida implícitos em pequenos detalhes, que certamente nós que somos fãs, nunca deixamos de observar.

São tantas sutilezas, tantas coisas feitas recheadas de carinho, que fica complicado selecionar uma cena ou outra, citar um episódio, porque tudo na verdade, foi, é, e será especial. Não havia palavrões, nem palavras de duplo sentido e não havia nudez. E foi exatamente isso que nos fez perceber que Roberto era um verdadeiro gênio, pois conseguiu nos entreter por todos esses anos, com elementos simples e puros, vindos do seu coração de poeta, que bravamente bateu por 85 anos. Só posso dizer, que esse é um dia muito triste, porque sinto como se tivesse perdido alguém muito próximo, alguém à quem eu amo faz tempo, e que me fará falta pelo resto da minha vida.

Mas a vida segue e com ela, as historinhas dessa maravilhosa turminha, que continuará a nos alegrar por muitos anos mais. Seremos sempre gratos por cada momento e nossos melhores sentimentos hoje, são por Roberto, que de forma tão delicada e amorosa esteve sempre próximo de cada um de nós. Ele não é o primeiro da turma que vai embora, antes dele, seu Magruda, a Bruxa do 71 e o Jaiminho, já haviam partido, e tenho certeza que de alguma forma, estão fazendo uma festa no céu. Mas ter Chespirito vivo, era um elo de ligação muito forte, muito íntimo, pois todos nós nos sentimos muito ligados à esse amigo, que por tantos e tantos anos, só fez nos alegrar. 
Por mais que eu esteja triste, nesse momento, minha maior alegria é saber, que embora Roberto tenha partido, sua obra, seu carinho, jamais irão nos abandonar.
Vá em paz e descanse em paz, querido Roberto!

1 Response
  • Pedro Leone
    novembro 29, 2014

    Você conseguiu traduzir tudo o que a criança interior de cada um de nós sentia, e ainda sente, por este artista que contribuiu tanto para nos sentirmos bem por meio seus personagens. #RIP

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