Tag Archives Dicas Culturais

Dica Cultural: Peça Hell com Bárbara Paz

por

Olá, meninas,

Quando li sobre essa peça, achei muito interessante a abordagem do tema, embora a crítica esteja sendo ferrenha em cima dela.  A peça Hell, com Bárbara Paz e direção de seu marido Hector Babenco, mostra um assunto super atual e que infelizmente, cresce no meio da sociedade mundial.  Estamos vivendo uma grande crise de identidade no meio de tantas informações que nos chegam de forma tão rápida.  Todas esses lançamentos, tendências, novidades e notícias do Mundo Fashion, nos atropelam e nos mostram que tudo é muito descartável.  O que era moda neste instante, daqui a pouco já não é mais. E muitas pessoas tem se individado e perdido grandes oportunidades de serem realmente felizes na vida, por conta dessa necessidade latente de ter tudo à todo momento e a qualquer custo.
Não estou dizendo que seja errado consumir. Mas que nosso consumo seja por necessidade e até por capricho, pois trabalhamos para isso, para manter certos caprichos. Mas que não seja  o leme que direciona as nossas vidas e que nos nivela e revela quem somos.  Que sejamos bem mais do que marcas e grifes.  Que sejamos pessoas dispostas a encontrarmos nosso caminho e sejamos capazes de fazer nossas escolhas da melhor forma possível.
Bárbara Paz e Ricardo Tozzi protagonizam adaptação do romance francês “Hell Paris 75016”
Meu nome é Renata, tenho 32 anos e sou uma ex-shopaholic. Freud me salvou, mas fui criada como a maioria da geração Y, pensando que ter vale mais do que ser. Com pais que trabalhavam demais, ganhei chocolates demais, roupas demais, sapatos demais, brinquedos demais, todo o resto de menos. Sim, ainda adoro moda e não resisto à Chanel, mas percebi que se quero comprar uma bolsa é só porque quero ter aquela bolsa, não porque preciso dela para ser melhor, mais bonita ou mais bem sucedida.
A moda, infelizmente, trabalha com esses estereótipos. Inconscientemente somos levadas a crer que ter o vestido X é caso de vida ou morte. Que andar sobre Louboutins equivale a um PhD. Que ter a it-bag da estação é igual a ter acesso ao mundo maravilhoso dos ricos e famosos. Em algum momento, trocamos o cérebro pelo cartão de crédito, como diz Bárbara Paz em Hell, peça de Hector Babenco, que estreou nesta semana.
Inspirada no livro homônimo de Lolita Pille, lançado com certo alvoroço em 2003, a peça mostra uma jovem parisiense de 28 anos, milionária e desesperada. Ela é completamente vazia, mesmo que seu closet seja lotado. Bárbara passa a peça inteira fumando e trocando de roupa. E é quase patético ouvi-la anunciando as grifes que vai usar. “Eu saí com a minha jaqueta Miu Miu, minha calça Balenciaga e meus sapatos Louboutin.” What a hell! O que aconteceu conosco?
É verdade que as roupas são usadas para distinção social desde o Renascimento. Mas foi no século 20, mais precisamente na década de 1980, que o boom das grifes explodiu e que passamos a dar sobrenomes a simples calças. Sim, porque você não quer um jeans, quer uma Diesel. Desde então, a palavra it antes de qualquer objeto virou o mantra de milhões de mulheres na terra. Não estou aqui para fazer um manifesto contra o sistema, até porque faço parte do sistema (ahã!), mas acho válido parar e pensar sobre esse consumismo exacerbado que tomou conta do mundo.
Parte da nossa geração é cínica ao ponto de não acreditar no amor, na política, na carreira ou em Deus. Mas crê em Prada, Gucci, Balmain. E, por mais que eu goste de Miuccia, admito que nada de especial acontece comigo quando saio de casa com minha bolsa Prada a tiracolo. Na verdade, algumas vezes me dá vergonha, porque bolsas caras são o primeiro sintoma de quem precisa se autoafirmar: basta olhar para o lado e ver que elas aparecem à medida que as pessoas sobem na carreira.
A solução? Perceber que coisas são só coisas. E nada mais. É divertido sim ter dinheiro para comprar o que quiser. Desde que você saiba que o principal não está à venda.
Serviço – “Hell” em São Paulo
Até 19 de dezembro de 2010
Teatro do Sesi-SP (Av. Paulista, 1313)
De quinta a domingo, às 20h
Quintas e sextas: entrada franca. A distribuição dos ingressos tem início a partir da abertura da bilheteria no mesmo dia do evento. Horário de funcionamento da bilheteria: de quarta a sábado, das 12h às 20h30; domingo, das 11h às 19h30. São distribuídos dois ingressos por pessoa. 
Sábados e domingos: R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia)
Informações: (11) 3146-7405 e internet
Nota Importante:
Parte do texto e as fotos desta matéria, foram retirados dos sites  da Revista Elle e do Último Segundo.
Espero que tenham gostado da dica,
Beijos