No final de semana, em meio à chuva que praticamente inundou o Rio de Janeiro, resolvi assistir o documentário falando da vida de Iris Apfel. Na verdade, eu amo documentários, porque são sempre uma forma de conhecermos melhor os artistas e/ou personalidades que são retratadas através deles. No caso da Iris, quem gosta de moda não pode jamais deixar de assistir, da mesma forma, quem for mulher não pode perder a oportunidade e quem estiver disposto a ouvir algumas boas sacadas sobre a vida, é melhor não deixar de ver, porque tem tudo isso no filme. Para começo de conversa, é realmente fascinante ver uma senhora de 93 anos (hoje ela tem 94) firme e atuante, produzindo e trabalhando, sem se deixar abater com pensamentos do tipo: “Quanto tempo me resta?” A forma otimista como ela conduz sua vida é contagiante e nos faz repensar vários momentos em que achamos que já não podemos mais ser criativos ou fazer algo que seja realmente importante. Desde que me entendo por gente, me vejo sempre às voltas com pessoas mais velhas, e sinceramente, se tem uma coisa boa em envelhecer, é que a gente vai adquirindo maturidade e vai aprendendo a extrair o melhor da vida. As pessoas mais velhas sempre tem lições que valem à pena serem aprendidas, e quem for inteligente o suficiente, sempre vai ter um tempinho para dar importância à essas lições.
É claro que a realidade sócio-econômica da Iris é completamente diferente da maioria de nós, aliás, ela teve a oportunidade de rodar o mundo, conhecer vários países, e entrar em contato com várias culturas no tempo em que trabalhava como decoradora. Não estamos falando de alguém que levava uma vida apertada e pagando prestações numa economia instável como a nossa. Mas mesmo assim, em se tratando de alguém como uma vida diferente da nossa em alguns aspectos, em outros percebemos uma mulher igual à nós, que teve que abrir mão de alguns sonhos para abraçar outros e que deseja sempre de todo o seu coração, fazer um bom trabalho. Ela acabou entrando no ramo da moda meio por acaso, mas a forma como ela sempre enxergou a moda, sempre foi peculiar e surpreendentemente maravilhosa. Ela mistura tons, cores, estilos e é apaixonada por acessórios, em especial, os que sejam grandes e extremamente chamativos. Ela une cores e texturas diferentes, peças de estilistas famosos com peças compradas em bancas e feiras, e também customiza várias coisas, na expectativa de deixar impressa a sua marca. Uma coisa super interessante que ela falou e que me chamou a atenção, é que nós não devemos nos deixar escravizar pelos padrões impostos pela indústria da moda, que não existe essa coisa de que isso ou aquilo não fica bem em alguém. Que devemos usar aquilo que sentimos vontade e com o qual nos sentimos bem, até porque, segundo ela, é melhor ser feliz do que bem vestido.
O filme é um verdadeiro espetáculo de cores e informações diversas, pois aos poucos somos apresentados à suas fantásticas coleções de roupas, sapatos, bolsas e acessórios diversos, que ela mantém na sua casa e em outros imóveis. Nota-se o quanto ela se manteve aberta à influências diversas e soube valorizar inclusive, o trabalho de artesões, da mesma forma que valoriza e ama peças de alta costura. Sobre a beleza, ela deixou claro que nunca se achou e nunca foi bonita, e por conta disso, resolveu investir em um visual mais elaborado. Achei engraçado ela falando que até se sentia mais feliz assim, pois a beleza vai embora com o tempo, mas o estilo permanece. E se formos analisar, esse contexto da beleza eterna que somos obrigadas à ostentar, é um fardo pesado demais que a maioria de nós não suporta carregar. Certamente se todas nós não nos deixássemos prender pelos tais padrões estabelecidos pela mídia, viveríamos bem mais felizes e mais livres, capazes de vivermos nossas vidas de maneira plena e muito mais feliz. Enfim, super indico o filme e aproveito para dizer que ele está disponível na Netflix. Quem não tiver Netflix, é só dar uma procurada na internet, pois certamente está disponível para ser baixado também.
Espero sinceramente que vocês tirem um tempinho para assistir, porque de verdade, vale muito a pena!
Até a próxima!
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