Um pedaço de mim foi embora

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Ontem foi um dos piores dias da minha vida. Após 14 anos de muitas alegrias, divertimento, carinho e acima de tudo, muito amor, perdi meu querido filhinho, Bryan. Quem não tem cachorro jamais entenderá o que eu estou sentindo porque pode pensar, “ah, mas era só um cachorro!” Quem tem seu cãozinho, sabe do que eu estou falando, e entende que eles vão muito além da função de animal de estimação.  Passando por uma rua no Valqueire, eu vi uma placa anunciando a venda de filhotes de Cookie Spaniel e decidi ver os cachorrinhos. Não lembro ao certo o número de cachorrinhos, mas eram vários pretinhos e um único caramelo. O caramelo chamava atenção, mas meus olhos se encontraram com os olhos daquele torrãozinho pretinho e ele me escolheu. Ele se jogou nos meu braços e eu não tive dúvidas. Como ele ainda era muito pequeno, tive que esperar alguns dias para levá-lo para casa. Tinha acabado de cortar o rabinho e ainda estava com o curativo, inclusive. Pedi para a moça marcar ele de alguma forma, para eu levasse o cachorrinho certo para casa, mas me ajudou também, os pelinhos brancos que ele tinha no peito, que serviram de identificação. Quando fui buscá-lo, ele ainda era tão pequeno que eu o coloquei dentro do bolso do meu casaco. Chegando em casa, ele foi minado por todos e tratado como um filho. Pequenininho e já havia conseguido mudar tanto a minha vida. Eu ia trabalhar e ligava para casa para saber dele, ficava ansiosa pela hora de voltar para estar com ele novamente. Parecia até aquelas mães que ficam contando as horas para pegar os filhos na creche. Ele era todo alegria quando me via, abanava o cotoco do rabo e fazia um festa danada. Desde que ele era um toquinho até agora, aconteceu tantas coisas, que não tenho como falar por aqui. Foram muitos momentos da minha vida que ele acompanhou e sempre foi meu amigo e companheiro. Nos últimos tempos,  já velhinho, não estava com a saúde 100%. De vez em quando nos dava alguns sustos. Já caminhava lentamente, bem devagarzinho, mas nunca deixou de subir para me ver, já que meu quarto é na parte de cima. Aliás, apesar de não estar enxergando mais, ele conhecia cada cômodo da casa e falava com cada um, ia de quarto em quarto, à procura de cada um para dar o seu carinho. Quando o levei no médico no sábado, ele me afirmou que ele estava bem velhinho e que já havia vivido muito, se fôssemos considerar a idade real do cachorro (por ela, ele teria algo em torno de 95 anos).  Mas ele não apresentava ter nada que fosse muito grave ou despertasse cuidados maiores ou internação. Ele sempre comia sua comidinha e suas frutas, sempre adorou biscoitos, e quando não aceitou mais comer, fiquei realmente preocupada. Foi tudo muito rápido, porque quando vi que ele não estava comendo, ele foi levado de novo ao veterinário, que indicou uma medicação e a papinha de carne com legumes, aquela de bebê. Ele comeu a papinha com gosto quando chegou em casa e ainda comeu maçã. Na madrugada de terça-feira para quarta, desci para dar o remedinho para ele meia noite, ele ainda meio sonolento e ranzinza, não queria tomar, mas eu insisti. Ontem pela manhã, ele acordou, tomou mais papinha dada pela minha mãe, fez carinho nela e deitou no seu paninho. De lá, não levantou mais. Nunca havia visto um cachorro morrer tão sereno e de forma tão bonita. A posição que ele estava deitado, parecia que estava dormindo mesmo. Foi difícil acreditar que ele tinha morrido. Eu teria que ir a veterinário de novo para pegar uma nova receita, pois o resultado do exame de sangue havia chegado. Não precisei. Liguei para o veterinário e informei o que tinha acontecido, e ele me disse que no exame havia dado alguns probleminhas, mas nada tão grave que justificasse a morte, que foi pela velhice mesmo. Não, eu ainda não estou bem. Tenho chorado o dia todo, em momentos espaçados, ou não. E o que me consola é saber que nós cuidamos dele até o final. Desde que era um toquinho, um bebê, até se tornar um velhinho frágil e dependente. Eu amava (amo!) o Bryan, e é como se tivessem arrancado um pedaço de mim, e sei que vai demorar um bom tempo até eu ficar melhor. Jamais entenderei as pessoas que pegam os animais para descartar depois, que jogam eles fora, que maltratam, que fazem crueldades, e tudo mais. Porque eles só sabem dar amor, são fiéis e companheiros a vida toda. Se eu pudesse fazer algo para que ele voltasse, certamente faria, porque ficou tudo muito vazio de repente sem ele, e é bem complicado pra mim. A Madonna, a outra cachorrinha (de 3 anos) também está muito triste, assim como meus pais (em especial, minha mãe) e meu irmão.  Aliás, falando em família, não poderia deixar de agradecer à minha mãe que sempre, sempre, sempre, cuidou dele. Sempre foi compromissada com a alimentação, nunca se esquecendo um dia ou um horário. Sempre amorosa com ele, sempre paciente e sempre amiga. Meu irmão muitas vezes levou ele nos braços ao médico e comprou remédios, quando eu não podia.  Paparicou, deu carinho, enfim, eles me ajudaram na missão de cuidar desse anjo nesses 14 anos de vida. Meu pai também do seu jeito gostava muito dele, e vivia acariciando a sua cabecinha. Ao meu pai, aliás, coube a triste missão de levá-lo para ser enterrado no terreno numa casa que temos em outro município.  Enfim, meu “nhanhaco” (apelido carinhoso que sempre dou aos meu cachorros), foi descansar depois de uma vida longa e feliz, ao lado de pessoas que verdadeiramente o amaram e foram amados por ele.  Agradeço em especial à ele, por tanto amor e carinho. Obrigada, Bryan! Do lado de cá, muita dor e saudade. E só…
Ele era tão pequenininho…

Quem é o cãozinho de verdade e quem são as pelúcias?

Já velhinho e sem enxergar quase nada

No dia do banho, tava todo feliz!

Há oito anos atrás, num dos meus aniversários
Só mais uma coisa, esses 14 anos, foram os anos mais felizes da minha vida!
Saudades eternas do Bryan…
Beijos 

19 Responses
  • Marta Ribeiro
    abril 8, 2012

    Sei bem como é isso me da arrepios só de pensar meu Billy (poodol toy) está com 16 aninhos e tá que tá ,cego, perdendo sempre o equilibrio e tendo dores nas patas trazeiras , fico triste de velo assim ,dou os remedios dele ,mas sei que á hora dele está chegando e isso é realmente muito triste,bjs.

  • Juh Sarah
    abril 2, 2012

    Quero agradecer à todas que passaram por aqui e deixaram suas palavras de carinho. Essas palavras, são o que tenho de melhor neste momento. Hoje foi um dia complicado pra mim, pois no domingo passado lembro-me de ficar muito tempo sentada no chão brincando com o Bryan. Eu fiquei fazendo massagens na sua barriginha, fazendo cafunés, chamando ele de "nhanhaco", enfim, fazendo de tudo para alegrar o seu dia. É claro que hoje, ao olhar o cantinho em que ele costumava ficar na cozinha, enquanto esperava o café da manhã, o almoço e a janta, eu senti um vazio tão grande, que mal consigo explicar. Como é comum ao ser humano, me culpei por qualquer coisa que imaginei poder ter feito e que talvez não tenha feito nesses anos todos de vida dele. É meio louco tudo isso, mas a gente tem dessas coisas quando sofre. Ainda tenta se culpar… Imediatamente, Deus me concedeu lembranças de coisas boas que fiz por ele nesses anos todos, me lembrei das inúmeras vezes que eu descia para enrolar ele na coberta nos dias frios, para deixá-lo aconchegante e fofinho no meio da sua colcha tão quentinha. Toda vez que ele levantava para fazer alguma coisa, eu refazia tudo de novo e o deixava todo enroladinho, como um bebê. Lembrei de tantas coisas boas, que meu coração ficou mais aconchegado e eu pude ficar mais em paz, muito mais tranquila. Sei que vai passar, embora no momento seja tão complicado e dolorido. Não que eu vá esquecer, porque não vou. Mas vou aprender a viver com isso, pois infelizmente, faz parte da vida. E mesmo lembrando dele, sei que em um dado momento, vou me lembrar de uma forma que não seja tão dolorosa pra mim, e que me traga apenas lembranças do tanto que fui feliz ao seu lado. Mais uma vez, obrigada à todas, do fundo do meu coração. Que tenham uma semana abençoada e feliz. Nesses momentos é que vejo o quanto vale a pena ter um blog, pois ele me faz ter contato com pessoas como vocês, que doam palavras de amor e carinho quando a gente mais precisa.

  • Gabriella Reis
    março 31, 2012

    Juh, estou em prantos pois ainda não sei como é essa dor e espero que demore muito para saber, o que é inevitável. Infelizmente a natureza fez a vida de nossos bichinhos mais curta que as nossas. Todo dia ao chegar em casa e ver a Nina me recebendo com toda alegria do mundo é uma delícia, e eu sei que cachorros são melhores e mais sinceros do que muita gente por aí, por isso dou tanto valor, muita gente não entende, mas eu não perco tempo explicando, só vivo cada dia com a minha Nina que é inesquecível e vou levar por toda minha vida. Força! Espero que papai do céu te dê muitas alegrias para que você não se esqueça do Bryan, mas que supere a dor de viver sem ele! Bjs

  • Bell
    março 30, 2012

    Oi flor, nunca passei pelo qe esta passando, só de pensar acho que enloqueço!Amo muito minha Polly e Pitu,a ultima está com 11 anos. Ai….Peço a Deus que lhe conforte.

  • Bell
    março 30, 2012

    Amo animais, sei que vc esta sentindo, mesmo sem nunca ter passado por isso, qd penso na possibilidade acho que vou enloquecer! Força querida!!!

  • Daiana Costa
    março 30, 2012

    Que trite, sem palavras diante de sua dor… Não tenho cachorrinho e devo confessar que jamais ouvi um relato tão triste de alguem que perdeu um, ele com certeza era muito amado. Desejo melhoras pra vc tá… Beijos!

  • Adriana A. de A. Aguilar
    março 30, 2012

    Aiiiiiiiiiii…tô chorando tanto agoraaa =(

    Ontem fizeram 9 meses que perdi minha Cocker dourada, a Melzinha. Essa raça é tão doce, tão carinhosa. A minha menina sempre abanava a bundinha qundo eu chegava tb, tão linda. Eu choro sempre e acho que nunca vou conseguir acreditar q ela foi embora, estou com 24 anos e tinha ela desde os 11. Ela faz tanta falta, nunca achei que meu coração pudesse doer tanto.

    Mas temos que ir vivendo né, agora pessoas melhores por ter compartilhado uma parte importante de nossas vidas com esses anjos.

    Ai q saudade da minha filhinha =(

    Força,

    Bjão

  • Michelle
    março 30, 2012

    ai que triste, meus olhos se encheram de lágrimas só de imaginar a dor que está sentindo, pois senti isso qdo minha cachorrinha morreu e no mesmo ano meu outro cachorro, foi como se tivesse arrancado um pedaço de mim e até hj, dps de mais 10 anos ainda sinto falta deles e me emociono qdo lembro.
    Sinto mto por sua perda e acredite… uma hora a dor passa e fica a saudades e as boas lembranças.
    Espero que fique bem logo
    bjs

  • Sueli Xavier
    março 30, 2012

    Oh minha linda! Eu também chorei lendo esse post. Eu sei o quanto é dificil vc perder um bichinho assim que faz parte da família mesmo. Eu perdi uma periquitinha até hoje eu lembro dela dançando comigo. Ai arrumei outros mais não substitui. Cada carinho é diferente. Deus me livre das minhas cachorras morrerem. Pior é que tenho uma que chama Daphyne ela tem 9 anos e já fico preocupada com ela. Ela é tão mãe do meu filho como eu. Adoro esses amores. Amo! Não fique assim e vai passar tá. Tenho certeza que ele teve uma família de estimação. Bjos gata

  • Nane Balda
    março 30, 2012

    Juh eu sei perfeitamente do que você está falando, pois meu amor por caes e gatos é incondicional. Me identifiquei com você em cada palavra que lia … a sensação é mesmo de esperar para buscar um filho na creche!
    Eu tenho uma que esta com 14 anos tb. Ela passou por uma fase critica ha dois anos e quase morreu. Foram momentos tensos e eu estava sempre presente, embora ela tenha ficado na cada da minha mae quando me casei.
    Pergunto dela ate quando vou viajar. Ela já é um membro da familia.
    Meus sentimentos e melhora.
    bjus da nane

  • karinfleur
    março 30, 2012

    Nossa eu sei bei como é essa dor. Tb perdi minha Kayse há dois anos. Ela era linda e sapeca e até hoje sinto falta delta, é como se faltasse um pedaçco da gente e fica um vazio enorme mesmo. Mais a vida é assim mesmo. Faz parte e o que importa são as recordações e lembranças boas que ficaram, que sempre estarão guardadas no nosso coração. E com certeza foram felizes e bem vividos.
    Força e coragem pois Deus está contigo e onde ele estiver estará sempre olhando por você.
    Beijinhos. Carine Araujo Lima

  • karinfleur
    março 30, 2012

    Nossa eu sei bei como é essa dor. Tb perdi minha Kayse há dois anos. Ela era linda e sapeca e até hoje sinto falta delta, é como se faltasse um pedaçco da gente e fica um vazio enorme mesmo. Mais a vida é assim mesmo. Faz parte e o que importa são as recordações e lembranças boas que ficaram, que sempre estarão guardadas no nosso coração. E com certeza foram felizes e bem vividos.
    Força e coragem pois Deus está contigo e onde ele estiver estará sempre olhando por você.
    Beijinhos. Carine Araujo Lima

  • FRANCES JAMES
    março 30, 2012

    MEUS SINCEROS SENTIMENTOS, PORQUE SEI O QUE É AMAR ESTES BICHIMHOS, QUE SÃO NOSSOS FILHOS MESMO. BJOS AMIGA!

  • Amanda Nascimento
    março 30, 2012

    Sinto muito…
    nem consigo dizer nada.Sei como é…
    e ainda fico triste com a que se foi, e o que já está ficando velhinho…

    beijos, e fique bem.

  • Paula Fernandes
    março 29, 2012

    Fico triste por você Ju!Não sei nem o que dizer…tenho uma bebê tbm a Luna, uma dálmata super agitada de 1 aninho, passei muitos sustos com ela, com 2 meses assim que a comprei ela deu parvovirose, nossa quase morreu e eu tbm quase fui nessa com ela, só de lembrar da tristeza, mais a minah filhota é muito forte, ficou 3 semana a mais internada,tão frágil e indefesa coitadinha, eu lembro que nem dormia, depois de um tempo do nada a minha filha parou de ter os movimentos das perninahs traseiras, nossa outro susto, mais graças a Deus hj ela está otima e como sempre muiiitooo levada, só tem uma alergia na pele que não sara de jeito nenhum, propicio dos dalmatas,mais é minha filha, trato que nem criança, ela só dorme com edredon,abre a porta,abre torneira pra beber água na bica,ela pé de outro mundo,(rs)quando meu esposo chega se derrete toda,ciúmenta, tenta vestir meus tops e calcinhas!!hahaha…Uma graça…Dá muito trabalho e despezas mais não tem nada mais lindo que o amor verdadeiro e a alegria que ela me trás!Ficop com o coração partido só de pensar em perde-la! Forças Linda!!!

  • Regiane 'Carrie' Alencar
    março 29, 2012

    Ah, eu estou chorando aqui. Não me aguento com animais. É um filho sim. Tem sempre um imbecil pra falar q era só um cachorro, mas pra mim é um filho sim. Infelizmente não tenho cachorros pq aqui no apartamento é muito ruim ter cachorros, mas adoraria. Mas tenho dois gatos q são meus filhos sim, quem sabem qnd estou preocupada, qnd não estou bem e qnd estou. É uma vida q depende de vc e q vc cria, logo, é filho sim.
    Sinto muitíssimo pelo seu filho, e vamos pensar q ele está bem no céu dos animais. Bjs

  • Lidiane Rugene
    março 29, 2012

    Eita, to me segurando pra n chorar no onibus! A gente sabe q o tempo ameniza, mas n apaga a sdd e as lembrancas! Entendo sua dor, ja perdi filhos desse tipo! Mas me satisfaz saber q ele foi feliz ao lado d pessoas q o amaram profundamente! Meus pesames! Bjkas

  • Natália Morais
    março 29, 2012

    Aii que fofo, eu sei como é essa dor. Mas se era dele estar sofrendo, velhinho, foi melhor assim. Tenho 8 cachorros no momento, já tive mais, mas cada um tem seu jeito, características e quando os perdemos, a dor é grande e fica só a lembrança. Melhoras pra vc!! 😉

  • Jaqueline Ribeiro
    março 29, 2012

    Eu sei o que você está sentindo, pelo que está passando. Mas lembre-se que ele foi feliz, que você nunca deixou faltar nada para ele e isso é o melhor que ele poderia querer. Eu sei que é impossível não ficar triste, mas pense que ele não gostaria de te ver assim. Ele viveu bastante até, 14 anos é bastante tempo pra um cachorro. E o que é melhor, viveu bem, com certeza. A saudade fica, claro, eterna. Mas pelo menos ficam também as ótimas lembraças

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