Biografia Musical: Djavan

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Desde muito tempo sou fã de Djavan, e cada vez me torno mais e com mais intensidade. O fato é que ele consegue ter características muito particulares e especiais que me agradam muito. Ele tem uma aura poética muito forte, uma delicadeza e sensibilidade únicas que fazem com que se torne um artista completo. Compositor talentoso e intérprete sem igual, ele também transita muito bem por trás dos palcos e das câmeras, na direção de projetos de amigos e companheiros de estrada. A grande verdade é que para ouvir e  mais do que isso, para amar Djavan, é preciso que se esteja com o coração cheio de coisas boas, de bons sentimentos e com esperanças sinceras de amor, esperança e de carinho. É preciso também um tanto de introspecção, um momento à sós consigo mesmo para se adentrar no universo particular do artista. Por isso, não tente ouvir Djavan no meio de uma festa em meio ao falatório de muitas pessoas e brincadeiras de amigos. Procure fazer isso nos momentos em que não existam quaisquer outras preocupações, a não ser, simplesmente adentrar nesse universo cheio de encantos que ele cria através de tudo que compõe e canta. Eu já assisti diversas entrevistas deles, e o modo calmo e sereno com que ele fala de si e da sua história, são totalmente comoventes e cheios de significado. Para começar, ele é extremamente simples e muito modesto ao falar de si mesmo, sempre muito sereno e muito doce. Sendo assim, impossível não se deixar envolver por ele. No palco, ele consegue atrair  todos os olhares e faz com que não se consiga perceber mais nada que não seja ela e sua música, ecoando bela e firme, por todos os lados, pois ele cresce, se multiplica e se expande quando canta, e nos leva consigo nessa mágica viagem.

Fatalmente cometemos um erro muito grave ao imaginar que quem não está na mídia, não está fazendo nada de produtivo. Nem sempre os grandes projetos e as grandes obras dos artistas, são conhecidas do grande público e ficam mais restritas aos fãs mais fiéis que os acompanham de perto, por muito tempo. Estar na TV em programas de grande projeção nacional, não é coisa da qual Djavan faça questão, pois ele transita no universo da música de uma forma distinta e até mesmo, reservada. Suas músicas não vão tocar exaustivamente nas rádios até você decorar as letras, não se tornarão virais na internet por conta da sua popularidade, mas sem dúvida alguma, sempre serão poesia, talento e sucesso. E como já seria esperado, em se tratando de Djavan, ele só melhora com o tempo. Vai se tornando maior, mais abrangente e mais pleno conforme os anos passam. Ele se recria à todo momento e reinventa novas maneiras de ser ele mesmo, sempre com aquele toque de mestre que o fez se tornar uma das principais referências dentro da Música Popular Brasileira. Amo você, Djavan!

BIOGRAFIA

Djavan poderia ter sido jogador de futebol. Lá pelos 11, 12 anos, o garoto Djavan Caetano Viana divide seu tempo e sua paixão entre o jogo de bola nas várzeas de Maceió e o equipamento de som quadrifônico da casa de Dr. Ismar Gatto, pai de um amigo de escola.
Da primeira paixão, despontava como meio-campo no time do CSA, onde poderia ter feito até carreira profissional. Mas é na viagem sonora pela coleção de discos do Dr. Ismar, que para o pequeno alagoano parecia conter toda a música do mundo, que desponta um artista: o compositor, cantor, violonista e arranjador Djavan.
Nascido em 27 de janeiro de 1949, em família pobre, aprende violão sozinho, nas deficientes cifras de revistas do jornaleiro. Aos 18, já anima bailes da cidade com o conjunto Luz, Som, Dimensão (LSD). Não demora a ter certeza: precisa compor.
Aos 23, chega ao Rio de Janeiro para tentar a sorte no mercado musical. É crooner de boates famosas – Number One e 706. Com a ajuda de Edson Mauro, radialista e conterrâneo, conhece João Mello, produtor da Som Livre, que o leva para a TV Globo. Passa a cantar trilhas sonoras de novelas, para as quais grava músicas de compositores consagrados como Dori Caymmi, Toquinho e Vinícius e Paulo e Marcos Sérgio Valle.
Em três anos, nas horas vagas do microfone, compõe mais de 60 músicas, de variados gêneros. Com uma delas, “Fato Consumado”, tira segundo lugar no Festival Abertura, realizado pela TV Globo em 1975, e chega ao estúdio da Som Livre . De lá sai com seu primeiro disco, das mãos do mítico (de Carmen Miranda a Tom Jobim) produtor Aloysio de Oliveira. “A voz, o violão, a música de Djavan”, de 1976, é um disco de samba sacudido, sincopado e diferente de tudo que se fazia na época. Visto hoje, este trabalho não marca apenas a estreia de Djavan. Torna-o figura incontornável na história da música brasileira.
Empolgada com seu novo artista, a EMI-Odeon investe pesado no segundo disco, “Djavan”. Com uma orquestra dos melhores músicos da praça de 1978, o álbum, marcado pela descoberta das grandes canções de amor e desamor, consagra-o como um compositor completo.
Dois anos depois, em 1980, Djavan lança “Alumbramento” e mostra que, além de completo, dialoga bem com seus pares. O disco inaugura parcerias com Aldir Blanc, Cacaso e Chico Buarque, agora definitivamente colegas de primeiro time da MPB.
A esta altura, talento reconhecido por crítica e público, Djavan vê algumas de suas músicas ganharem outras vozes: Nana Caymmi grava “Dupla traição”, Maria Bethânia, “Álibi, Roberto Carlos, “A ilha”, Gal Costa, “Açaí” e “Faltando um pedaço” e Caetano Veloso, retribuindo a homenagem do verbo caetanear, substitui-o por djavanear em sua versão de “Sina”. Em 81 e 82, Djavan leva o prêmio de melhor compositor pela Associação Paulista dos Críticos de Arte.
O ciclo vitorioso de lançamentos pela EMI-Odeon encerra-se em 1981, com “Seduzir”. Um disco de afirmação, como o próprio Djavan escreveria em seu encarte: “O pouco que aprendi está aqui. Pleno. Dos pés à cabeça”.
Djavan e Chico Buarque – 1980

Heranças de “Seduzir” são a primeira banda própria, Sururu de Capote, composta por Luiz Avellar no piano, Sizão Machado no baixo, Téo Lima como baterista e Zé Nogueira nos sopros. Também as tranças no cabelo, imagem que o caracterizaria vida afora, as primeiras canções a falar da África e o início das turnês pelo Brasil, guiadas pela produtora Monique Gardenberg e o diretor Paulinho Albuquerque.

Em 1982, a música “Flor-de-lis”, hit instantâneo do disco inaugural, torna-se o primeiro sucesso de Djavan no disputado mercado americano, na voz da diva Carmen McRae, com o título de “Upside Down”. Chega o convite da gravadora CBS, futura Sony Music, e Djavan embarca para Los Angeles para gravar, sob a produção de Ronnie Foster, um dos principais da soul music americana, “Luz” (1982). O trabalho resulta em uma mescla da musicalidade brasileira típica de se exportar com a influência jazzy americana.
Em 1984, em Los Angeles, Djavan grava ainda um segundo disco, “Lilás”. Seguem-se dois anos de viagens em turnê pelo mundo.
Em 1986, volta a gravar no Brasil. “Meu lado”, além do retorno, é também um recomeço. Uma volta ao samba, já com estilo musical identificado pelo público, mas também um passeio por baiões, canções e baladas. Este é o Djavan em dez anos de carreira: explorador do som das palavras, das imagens inusitadas, da variedade rítmica, das brincadeiras com andamentos, melodias fora dos padrões e riqueza harmônica. Presente em outras canções, a ancestralidade africana está impressa em “Meu lado”, com a “Hino da Juventude Negra da África do Sul” e com ainda maior vigor em “Soweto”, sua primeira canção efetivamente de protesto, música que abre “Não é azul, mas é mar” (1987), gravado novamente em Los Angeles. O disco seguinte, “Djavan” (1989), é lembrado como ” aquele de ‘Oceano’ “, o clássico, uma daquelas raras canções perfeita em forma, conteúdo, música e letra.
Em 1992, na fusão de ritmos e harmonias inovadoras de “Coisa de Acender”, voltam as parcerias, entre elas, com a filha Flávia Virginia, no vocal em várias faixas. Aos 45 anos de vida e 20 de carreira, em 1994, Djavan lança “Novena”, obra que marca sua maturidade. Inteiramente composto, produzido e arranjado por ele, o disco consolida o trabalho com sua banda, composta então por Paulo Calazans no teclado, Marcelo Mariano ou Arthur Maia, baixo, Carlos Bala na bateria e Marcelo Martins, sopros.
Com “Malásia” (1996), a banda se expande e ganha a participação do naipe de metais: Marçalzinho na percussão, Walmir Gil no trompete e François Lima no trombone. O álbum traz, raro, três faixas de outros compositores: “Coração leviano”, de Paulinho da Viola, “Sorri”, versão de Braguinha para “Smile”, de Chaplin e “Correnteza”, de Tom Jobim e Luiz Bonfá. No disco, Djavan está reflexivo e melódico.
“Bicho Solto” (1998), dois anos depois, já traz o artista festivo e dançante, incendiando pistas ao ritmo do funk. Ambos os trabalhos comemoram os 20 de carreira, o primeiro com seu estilo pessoal, o segundo, com o rejuvenescimento do artista. Entre as parcerias, a entrada definitiva do guitarrista Max Viana, seu filho, na banda. A marca de dois milhões de cópias vendidas fica a cargo do duplo “Ao Vivo” (1999). Primeiro gravado fora dos estúdios, o disco traz quase uma antologia de sua obra, com 24 faixas, 22 grandes sucessos. O lançamento leva Djavan a três anos de turnê. “Milagreiro”, de 2001, é uma dupla volta para casa. O primeiro gravado integralmente em seu estúdio caseiro, com a ajuda dos filhos Max e João Viana e Flávia Virginia e um retorno à casa original, Alagoas, com a onipresente temática nordestina.
Em 2004, o músico comemora independência total, com a criação de sua própria gravadora, a Luanda Records, que viria a lançar seus dois discos seguintes, “Vaidade” (2004) e “Matizes” (2007), além de um de suas canções remixadas para dançar, “Na pista”(2005). É o surgimento do empresário Djavan Caetano Viana. Mas, o que será que o empresário Djavan quer do artista Djavan? Que este vá do suingue ao blues, trafegue pelas baladas e por sua personalíssima forma de fazer samba, mantendo sempre sua característica mão direita ao violão, inspirado na vida cotidiana para enriquecer suas letras. E que continue na busca constante por caminhos que renovem sua forma de fazer música.
Um desses caminhos está explícito no aguardado album “Ária” (2010), o primeiro que em que Djavan exerce exclusivamente a arte de interepretar canções de outros compositores. Sempre rigoroso na condução de sua carreira, ele aguardou o auge da maturidade vocal para se debruçar sobre um repertório escolhido entre a sua memoria afetiva e suas antenas sempre ligadas para o que é musical e interessante. O resultado é a reinvenção de canções clássicas, a descoberta de tesouros escondidos, música boa sempre. Com os ouvidos e a empolgação daquele garoto de Maceió que um dia largou a bola pela música.
Hugo Suckman

A biografia acima foi retirada do site oficial do cantor

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Por mais pretensioso que possa parecer, gostaria muito de ter a oportunidade de entrevistar o Djavan. Não sei exatamente o que eu lhe perguntaria na sequência da entrevista, mas sem dúvida alguma, seriam momentos de muita emoção e de carinho absoluto. Nem sei, mas imagino que ele sequer imagina o quanto é importante para a cultura desse país, e o quanto trouxe de beleza com sua arte e canções, que embalam até hoje nossas vidas. Salve, Djavan! Abaixo, o vídeo ao vivo da música “Um amor puro” que deve ser ouvida sem perda de tempo!

Um Amor Puro

O que há dentro do meu coração
Eu tenho guardado pra te dar
E todas as horas que o tempo
Tem pra me conceder
São tuas até morrer
E a tua história, eu não sei
Mas me diga só o que for bom
Um amor tão puro que ainda nem sabe
A força que tem
é teu e de mais ninguém
Te adoro em tudo, tudo, tudo
Quero mais que tudo, tudo, tudo
Te amar sem limites
Viver uma grande história
Aqui ou noutro lugar
Que pode ser feio ou bonito
Se nós estivermos juntos
Haverá um céu azul
Um amor puro
Não sabe a força que tem
Meu amor eu juro
Ser teu e de mais ninguém
Um amor puro

E para ficar mais pertinho de Djavan, é só segui-lo nas suas redes sociais:
Site Oficial: www.djavan.com.br
Twitter: @DjavanOficial

Sem tags 1 Comentário 0
1 Response
  • Ayeska Domingues
    julho 14, 2012

    É absurdo o talento do Djavan. Sua voz é incrível e se funde em letra e melodia perfeitas.

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