Desde que inventou-se essa coisa de moda plus size, inúmeros equívocos tem sido promovidos em cima desse termo. Na verdade, a moda plus size deveria atender mulheres tidas como “fora do padrão”, e como padrão, diga-se de passagem, se estipulou que seria a mulher que veste acima do manequim 42. Num país miscigenado como o nosso, engessar todas as mulheres em tamanhos como P, M, e G fatalmente é missão impossível, e também engessar todas as gordinhas no GG, certamente o é.Sempre questionei o mercado GG porque sempre notei uma tremenda falta de cuidado de algumas marcas na concepção e produção das peças. Sempre notei que as lojas de departamento mantinham uma determinada qualidade até uma certa numeração e que decaíam tremendamente, quando os números eram maiores. Matéria prima de quinta, modelagem equivocada e editoriais por vezes caricatos, sempre estiveram presentes. Mesmo as marcas que foram surgindo no cenário se dizendo inovadoras e seguidoras das tendências, se demostraram tremendamente desrespeitosas por produzirem peças de cunho duvidoso e gosto idem. Tudo isso todos nós já sabemos e reconhecemos que se avança em passos rastejantes no que diz respeito a mudança, mas essa nova coleção da Preta Gil para a C&A, movimentou muita gente nas redes sociais, trazendo à tona a hipocrisia da marca em photoshopar ao extremo a cantora, deixando-a mais magra e muito mais clara.
Está certo que o photoshop é hoje uma ferramenta necessária e que o tratamento das imagens seja primordial para se conseguir peças publicitárias de qualidade, que consigam atingir de forma positiva seu público alvo. Afinal, ninguém quer ver marcas de expressão, veinhas, celulites e estrias nas modelos, ainda que saibamos que todo mundo as tem. Mas o correto é que as pessoas não sejam descaracterizadas, nãos se tornem estranhas à ponto de serem totalmente desconhecidas de si mesmas. O consumidor não é bobo e exige que a relação de respeito não seja quebrada. Todos nós sabemos das formas redondas e exuberantes da Preta Gil. Ela é redondinha, ainda que sem barriga. Fruto é claro, de muuita lipoaspiração (não a estou criticando por isso), e por isso, mesmo que a vê de perto, pessoalmente, percebe que ela não faz o tipo gordinha barriguda. Até aí, eu entendo, mas o resto que fizeram, foi um desrespeito até com ela mesma, porque sinceramente, eu jamais gostaria de me ver tão diferente numa campanha que eu estrelasse. A foto abaixo foi a mais compartilhada e zoada nas redes sociais, até porque, esta medonha. Reparem no pescoço, nos ombros, quem teve coragem de liberar uma imagem dessas para público, definitivamente não estava normal.
Imagens da Internet
O ponto principal e que precisa ser aprendido pela indústria de moda plus size, é que a moda tamanho grande é igual a moda tamanho “convencional” só que grande! O que eu quero dizer com isso? Que demanda o mesmo cuidado, o mesmo carinho, o mesmo desejo de renovação e o mesmo investimento. Tem que se investir em tecnologia par produzir melhores matérias primas, tem que se investir em modelos belas e bem produzidas e tem que se investir em editoriais decentes e honestos, que mostrem a mulher real como ela realmente é: linda! Do jeito que fazem, parece que querem punir quem está acima do peso. Parece que é favor produzirem algo em tamanhos maiores e por conta disso, as “gordas” devam se contentar com qualquer coisa. Vale lembrar que acima de tudo, mulher gosta de ser valorizada e conquistada, e a C&A com tudo isso, acaba por decepcionar ao invés de agradar e demonstrou que o que mais lhe falta é o tal do do respeito. Ah, não entendo também essa coisa de sempre deixarem as modelos com o tom de pele bem mais claro. Isso aliás, é mais uma das coisas que não me descem e que eu não entendo, aliás, nem quero entender!
Martika Victor
agosto 15, 2013achei muito ridículo! Da mesma forma a Globo colocar uma plus no horário nobre querendo perder a virgindade como se ninguém transasse com gordinha! Detesto!
Dani
agosto 14, 2013Arrasou… Logo vou compartilhar lá no blog, com os devidos créditos!
Concordo com cada virgula! Decepcionante ver as fotos.. E acho que a moda plus size, muitas vezes, em vez de deixar as gordinhas elegantes e bonitas, acabam realçando as gordurinhas que todo mundo quer esconder.
Plus size não é um favor, não significa simplesmente fazer roupas enormes, mas sim peças que valorizem mulheres com formas diferentes daquele padrão passarela. Padrão este muito aquém da realidade de qualquer lugar do mundo!
VAN
agosto 14, 2013Nossa! Você tem razão, nem parece a Preta Gil nas fotos. Incrível a coragem que tiveram de lançar essa campanha com as fotos dessa forma. #Bizarro!
Adriana
agosto 14, 2013concordo contigo, deformaram a Preta Gil e moda tamanho grande é uma caca ..pior, qdo eu era guria, os tamanhos eram até 0 40 = P, do 40 ao 44 = M e do 44/46 = G… GG era para tamanhos 48 ou 50 em diante… agora, o 42 é = ao G… acho isso uma agressão… tem muita mulher que usa 42 ou equivalente desde os anos 1970 e agora não consegue encontrar roupa, tem q apelar pro GG… sem contar que o Brasil é país de mulher com bastante seios, muitas siliconadas, e as confecções esquecem desse detalhe.. dai pra fechar uma blusa/casaco na frente, a gente tem que comprar um GG ou maior, onde ombros e mangas ficam enormes caso contrário, a bendita peça não fecha na altura dos seios…tá cada vez mais difícil… o negócio é apelar para as antigas e eficientes costureiras/modistas, que fazem roupas sob medida!
bjs
tititi da dri
Vi Furrati
agosto 14, 2013O problema nem é só com as meninas plus size… nas lojas de fast fashion as peças 36 tem uma modelagem estranha (uma pessoa 36 não tem o mesmo tipo de corpo que alguém que veste 40 – não adianta só diminuir as medias, o formato do corpo é outro). E quem veste 34? Precisa usar roupa infantil. Nenhum "extremo" é respeitado pela industria de moda – como se todas tivessem obrigação de vestirem entre 38 e 42.
oblogdafenixx.blogspot.com
Patricia de Jesus
agosto 14, 2013Gostei muito do seu texto Juh, traduziu muito do que penso… lamentável tudo isso… pra mim, é mais uma tentativa de padronizar a mulher. E a Preta Gil ficou tão feia, tão artificial!! Ninguém do marketing/da campanha tá vendo isso? Aliás, quantas pretas, gordas de verdade tem na equipe? Quantos profissionais de bom senso tem na equipe? Que tipo de moda e de clientes querem atrair? Ficam as questões no ar…