Olá, meninas,
Como todas já sabem, por mais que se fale e se tente negar, um dos assuntos que mais afeta as mulheres é o peso. Atire a primeira pedra, quem nunca cometeu uma loucura para perder alguns quilinhos para comparecer a um evento mais enxuta, quem nunca se desafiou a entrar num jeans alguns números menores ou mesmo desejou emagrecer por questões de saúde. Não vejo problema algum em se admitir isso, porque é algo normal. O grande problema, é que a mídia vende uma imagem irreal do que seria o “aceitável” como no caso da capa da Veja desta semana, onde vemos do lado esquerdo a imagem de uma moça tida como “gorda” e do lado direito a imagem da mesma moça, com alguns quilos à menos, desta vez, dentro do que se chama de “normalidade”.
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Para começar, o Victoza é um medicamento novo e que inicialmente tem a sua utilização direcionada para pessoas que sofrem de diabetes dois, mas foi observado que as pessoas que utilizaram a medicação, começaram a ter perda de peso também, e hoje ele está sendo utilizado por muitas pessoas que não são diabéticas, mas que desejam perder peso. Que fique claro que quanto a questão de uma prática cirúrgica ou medicamento ter sido utilizado/criado para algo e de repente servir para algo diferente, eu tenho entendimento de que isso é normal. Afinal a gastroplastia (cirurgia de redução de estômago) inicialmente não era utilizada para a redução de peso dos pacientes, mas ao observar que quando aplicada, os mesmos tinham um percentual de perda de peso elevado, passou a ser aperfeiçoada e hoje sua finalidade principal é essa.
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O que me deixa preocupada, é que as indústrias farmacêuticas conseguem manipular a mídia e a opinião pública de tal forma, que começamos a ingerir qualquer porcaria que nos prometa resultados milagrosos. Temos muito pouco interesse em saber dos resultados do uso de determinadas substâncias no organismo e nos colocamos como cobaias, pondo em risco a nossa saúde, enquanto eles enriquecem e fazem fortuna. É preciso haver empenho de nossa parte para colher o máximo de informações a respeito de um produto e principalmente de um medicamento, antes de começarmos a utilizá-lo e principalmente a indicá-lo como realmente eficiente. Se um produto ou substância não nos fez mal num determinado momento, não significa que ele não fará mal nunca, pois disto dependem vários fatores, e posso até citar um exemplo bem simples: os antibióticos são fundamentais no controle de alguns tipos de doenças e manifestações inflamatórias, mas não devem ser usados por tempo prolongado, pois acabam com as defesas do organismo e colocam as nossas taxas completamente desreguladas. Sendo assim, vemos que todo medicamento tem a sua forma correta de ser empregada, e a utilização errada, certamente tem seus efeitos negativos.
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O
Victoza é fabricado por um laboratório dinamarquês chamado
Nordisk, e foi lançado em 2010, mas está no Brasil a apenas três meses. Depois desta reportagem da Veja, não tenho dúvidas de que ele vai virar febre entre o pessoal mais bem de vida, porque toda madame que quiser emagrecer, vai fazer uso dele. Falo desta forma, porque ele não é acessível à maioria da população, porque é muito caro, a embalagem com duas canetas descartáveis (ele é injetável), custa
R$ 388,14–
vi o preço aqui – A aplicação deve ser feita uma vez ao dia, por pelo menos cinco meses. Imaginem que para utilizá-lo por um mês, a pessoa tenha que investir
R$ 1. 164, 42 , se for fazer uso do produto na sua dosagem máxima, ou “apenas”
R$ 388,14, se for fazer uso da dosagem mínima, levando em consideração a quantidade que vem nas duas canetas. E todo mundo sabe que as pessoas vão querer injetar o máximo que puderem e por isso, o valor fica mais caro mesmo. Mas isso neste momento. Porque não tenham dúvidas de que aparecerão genéricos dele em breve
(o princípio ativo dele e a Liraglutida), além das falsificações que já devem existir aos montes. Enfim, tem muita coisa por acontecer e minha dúvida além dos efeitos no organismo, é: será que esses quilos perdidos não serão facilmente recuperados?
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A reportagem deixa claro que a maior perda de peso (até 12 kg), se dá em pacientes que associam o uso da medicação com uma dieta equilibrada e exercícios físicos. Mas vamos combinar que se alguém que não precisa perder muito peso (no máximo 12 kg), só precisa mesmo fazer isso: dieta e atividade física para conseguir esse feito. Pode ser que demore um pouco mais de tempo, mas quando se perde peso de forma gradativa, o reganho é muito mais difícil e muito menos significativo. O que temos que entender é que mais do que o uso de medicamentos anorexígenos, temos que ter uma mudança de comportamento, onde tenhamos alinhadas várias estratégias e planos de ação. E uma boa alimentação é 70% de todo o processo, sendo a atividade física, os outros 30% que fecharão a conta. mas percebemos que para a indústria, não é interessante pontuar essas questões com a seriedade que elas merecem, porque de fato, existem muitos interesses envolvidos, e nossa saúde, é o que menos conta. Outro ponto importante é que as vezes começamos a fazer academia e percebemos que não estamos perdendo peso, as vezes, até ganhamos, embora estejamos diminuindo no manequim. Isso é facilmente explicado porque a massa muscular pesa mais do que a gordura. E hoje, muito mais do que perder peso, quero aumentar meu percentual de massa muscular, para me manter com uma aparência saudável e o mais durinha possível. Então, todo cuidado é pouco na hora de avaliar alguém somente por conta do peso.
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Não pensem com isso, que sou contra os progressos da medicina, que não sou aberta às novas ferramentas para nos ajudar a ter uma vida melhor ou que eu me cerco de preconceito para tratar destas questões. Só quero fazer com que pensemos um pouco mais e avaliemos até que ponto o uso de um medicamento para o emagrecimento pode ser ou não bem vindo. Como falei, já que a lirablutida, não é indicada para quem precisa perder uma quantidade considerável de quilos (obesos mórbidos), sendo assim, é preciso avaliar se as pessoas para quem ela está sendo indicada, não conseguiriam perder peso utilizando a atividade física com a dieta. De qualquer forma, cada um tem sempre que decidir o que acha que vale a pena para si e uma vez tomada a decisão, estar ciente de todos os riscos.
Espero ter estimulado vocês a um questionamento saudável.
Beijos
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